quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Nova Terra - Por Flavio Sanctum

Ano de 3012. O termo “o mundo é gay” tornou-se realidade e o planeta Terra é habitado por criaturas denominadas ÊLAS. Não há mais variedades de sexo, pois ÊLAS podem procriar livremente, já que não possuem gêneros ou predeterminações sexuais como ativos e passivos. Tais conceitos, na Nova Terra, foram extintos.
Há séculos cientistas, físicos quânticos, biólogos, filósofos metafísicos e astrônomos reúnem-se no Laboratório Universal para tentarem descobrir a origem desses seres, ambíguos, amantes, sedutores e sexualmente livres. E no encontro mundial desse ano uma descoberta foi feita: encontraram um fóssil, de mil anos atrás, que poderia ser considerado o ancestral primeiro da civilização ÊLA.   
A investigação começou. Um corre-corre de jornalistas e imprensa sensacionalista queria ter acesso à ossada, com maquiagem exagerada, feições grotescas e uma peruca arrepiada. E entre análises profundas das células mumificadas, a cortina do mundo antigo era aberta lentamente.
Descobriu-se que, por conta de um cataclismo em nossa atmosfera, em diversas partes do planeta houve tempestades torrenciais ao mesmo tempo em que os raios solares assumiam temperaturas antes nunca imaginadas. Da mistura química dos raios ultravioletas do sol com a poluição da chuva nas grandes metrópoles, diversos Arco-Íris radioativos foram formados. Todos que entravam em contato com a luz radiada pelo Arco-Íris sofriam mutação genética e tornavam-se Zumbis A-Gênero. Com o passar dos anos, o número de Zumbis A-Gêneros foram aumentando até formar a civilização ÊLA, que tomou conta dos poderes legislativos, executivos e judiciários. ÊLAS tornaram-se grande liderança mundial.
E o mais impactante estava por vir! O local onde o fóssil fora encontrado era antes chamado de bairro da Lapa e possuía grande concentração de radioatividade. Muitos Zumbis A-Gêneros percorreram os arredores desse antigo bairro e multiplicaram sua biologia sem gênero. E, através da peruca esfarrapada e arrepiada, descobriu-se que aquela múmia havia sido uma grande liderança do antigo povo A-Gênero, que dera origem à atual civilização ÊLA.
Após esse fato histórico, um museu de ciência natural foi inaugurado, a múmia  posta em exposição e os dados antropológicos divulgados a toda Nação. Infelizmente pouca coisa foi descoberta sobre a identidade da múmia. A única pista encontrada foi seu primeiro nome, escrito num papel petrificado. Na divulgação de uma boate antiga estava registrado: Suzy, a Deusa da Penha Circular.   

Um comentário: