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Democratização do acesso a bens culturais é o principal desafio hoje no Brasil. As novas tecnologias de informação e comunicação potencializaram o compartilhamento de conteúdos culturais. Tais práticas, sem envolver transações monetárias, trazem novas possibilidades de efetivação dos direitos à educação, à cultura, à informação e à comunicação.
sábado, 5 de outubro de 2013
O Encontro de Culturas Populares e Tradicionais organizado pela Rede das Culturas Populares e Tradicionais (RCPT) em parceria com a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC), o SESC SP, Prefeitura do município de São Paulo, promove o encontro e o debate sobre as questões ligadas às Culturas Populares e Comunidades Tradicionais.
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013
A ministra Marta Suplicy defendeu na manhã de hoje (3) Mais recursos do Pré-Sal para a Cultura
Cultura fortaleça fontes de financiamento a partir de recursos do Pré-Sal (reservas de petróleo a serem exploradas no litoral brasileiro). Lançou aos participantes do Encontro de Culturas Populares e Tradicionais 2013, evento que acontece no Sesc Itaquera, Zona Leste da capital paulista, que façam uma proposta a ser debatida na 3ª Conferência Nacional de Cultura, em novembro, em Brasília.
A ministra disse
que as discussões a partir dos grupos de cultura tradicional, das
autoridades municipais, estaduais e do governo federal que atuam na
cultura podem ensejar uma proposta a ser defendida no Congresso
Nacional.
"Gostaria muito que na 3ª Conferência Nacional de
Cultura chegássemos muito juntos. Temos de ter uma estratégia para o
Pré-Sal. Metade vai para a educação. E 50% vai ser dividido entre outras
seis áreas. Nós temos de organizar bem! Com a ajuda dos estados, das
capitais, vamos fazer alguma coisa juntos. A raiz da cultura brasileira
apoiando, é certo que vamos conseguir!", discursou a ministra.
Aceitação
A ideia foi aplaudida pelos participantes do encontro. Na cerimônia com
a ministra estavam presentes e falaram ao público a secretária da
Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, o diretor
regional do SESC/SP, Danilo Santos de Miranda, o presidente de honra do
Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais, Mestre Alcides; o
Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, e o
secretário estadual Marcelo Araujo.
Também presentes no evento o
secretário de Políticas Culturais, Américo Córdula, o presidente da
Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, mestres e mestras da cultura
popular, lideranças indígenas, quilombolas, artistas, gestores
culturais, representantes da sociedade civil nos conselhos e colegiados
de cultura e o público interessado no tema.
O evento teve início
no dia 1º e se estenderá até o dia 6 de outubro, próximo domingo. Esta é
a 7ª edição do encontro tem a finalidade de avaliar as políticas
públicas de cultura implantadas nos últimos dez anos e de propor
diretrizes para o fortalecimento das ações.
A iniciativa foi
concebida pela Rede Nacional de Culturas Populares e é executada pelo
Ministério da Cultura e vários parceiros, com apoio da Universidade de
Brasília (UnB), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a
Inclusão na Ensino Superior (INCT) e do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Sesc.
Homenagem
Logo
na chegada, a ministra recebeu de Lucas Alves uma gola de Maracatu,
vestimenta típica, símbolo do folguedo mais forte da zona canavieira e
também um mamulengo. Marta ficou agradecida com a homenagem, vestiu a
roupa imediatamente. Disse: "Colocar essa roupa é muito emblemático! Ela
vai ficar comigo, no meu gabinete!"
Além de tratar da pauta do
encontro (discussão sobre culturas populares), em sua fala ao público, a
ministra Marta destacou que hoje o Ministério da Cultura trabalha sob
três eixos: aprovar leis estruturantes para o setor (Vale-Cultura, PEC
da música, fiscalização do Ecad, entre elas), inclusão (com editais para
negros, indígenas, ciganos, mulheres e outras ações) e ampliação do
"soft power" brasileiro.
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quinta-feira, 3 de outubro de 2013
ENCONTRO DE CULTURAS POPULARES E TRADICIONAIS
Diversidade
Por seu próprio processo de
formação histórica, o Brasil tem a diversidade como marca de sua sociedade
e sua cultura. Povos indígenas de línguas e culturas diversas, ocupantes
originários do território, que ao longo de séculos foram sendo massacrados ou
empurrados para o interior, longe da costa, à medida que esta era
sucessivamente ocupada por conquistadores e colonizadores de origem europeia,
até consolidar-se como domínio português. Milhões de africanos de nações com as
mais diversas formas de organização social, línguas e culturas, para cá
trazidos como mão de obra escrava para sustentar o empreendimento econômico
colonial. Enfim, o elemento europeu, de inicio apenas alguns poucos milhares de
povoadores, que progressivamente conseguiram impor pela violência o seu
domínio, tornando-se a força hegemônica que definiria o Brasil como parte da
civilização ocidental e cristã.
É do amálgama dessas
diferentes matrizes, em suas mais diversas combinações, que se formaria um povo brasileiro, sem que, no entanto, a
presença de suas manifestações culturais
encontrasse um lugar legitimo na cultura
do país. Se aos povos indígenas ainda se reconhecia uma cultura própria, seria
num lugar apartado e segregado com relação ao que sempre se considerou cultura nacional.
Quanto aos negros africanos e seus descendentes, a condição escrava lhes negava
por princípio qualquer possibilidade de expressão cultural, sendo antes
classificados como mais ou menos boçais, adequados ou não ao trabalho, segundo
o seu grau de assimilação da cultura de seus senhores. Esta visão, fruto da
dominação material e da violência simbólica, se refletiu de forma inequívoca na
definição da cultura brasileira. Ainda que a maioria do povo brasileiro seja constituída
pela mistura étnica e racial dos integrantes de nossas matrizes formadoras,
apenas uma elite branca, de origem europeia, ocidental e cristã, teve direito
ao reconhecimento de suas “letras” e “belas artes” como expressão da cultura
brasileira.
Cultura popular
Por muito tempo, à “cultura do povo”, “cultura
popular” - ou,como hoje preferimos dizer,
“culturas populares e tradicionais” – coube apenas, dentro de uma visão
hierárquica da cultura, ocupar o lugar
de “folclore”, num sentido muito peculiar e pejorativo que se associou ao
termo. Caracterizava-se assim o que era considerado como velhas tradições do
passado, fragmentos desconexos de superstições, lendas e crendices, também
presentes em folias e folguedos para
diversão de gente pobre. Coisas “ curiosas”, talvez, até mesmo
“veneráveis” para espíritos conservadores mais românticos, mas sem nenhuma
relevância para a cultura e arte “verdadeiras”. Ainda que tais questões fossem
objeto de estudo e acaloradas discussões desde fins do século XIX, no plano
institucional das políticas públicas de cultura, tal visão só veio a mudar de
fato nos últimos 10 anos.
Um novo lugar para as culturas populares e
tradicionais passou a ser reconhecido
desde que, a partir da gestão de Gilberto Gil à frente do
MinC, produziu-se uma vigorosa inflexão na própria concepção da cultura. Com
inspiração na Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural da UNESCO,
aprovada em sua Assembleia Geral em 2001, que reconhecia a diversidade como
patrimônio comum da humanidade e os
direitos humanos como fundamento dessa diversidade, a cultura passava a ser compreendida
como inseparável da vida social em seu conjunto. Entendida como universo
simbólico que permite aos seres humanos dar sentido à sua experiência do mundo e
às formas de seu convívio social, a cultura é vista como elemento que permeia os modos de agir e
de pensar, as ações, as ideias e os valores de uma dada sociedade. Por isso mesmo, ela é também
um fator que influencia o desenvolvimento econômico. E, no plano político, é um
direito de cidadania poder produzir e usufruir da cultura. Assim, sob
essa nova visão, as culturas populares ganham o direito de ser incluídas no âmbito
das políticas públicas de cultura, sendo representadas em um colegiado próprio no
Conselho Nacional de Política Cultural, ao lado de outros colegiados setoriais,
como os de cultura indígena ou afro-brasileira, entre outros.
O Encontro reunirá detentores dos conhecimentos tradicionais e das expressões culturais populares de todo o país, além de artistas, lideranças comunitárias e representantes desse segmento no Conselho Nacional de Política Cultural e em outras instâncias de pactuação da sociedade civil com o Estado. Uma mostra cultural abordará a produção artística, a culinária, o artesanato e a religiosidade tradicionais, além de outros aspectos fundamentais desse universo simbólico. O objetivo principal é o de vivenciar profundamente a diversidade cultural brasileira, abrangendo as Culturas Populares, o Artesanato, o Hip Hop, as Culturas Indígenas, o Circo, o Teatro de Rua, o Patrimônio Imaterial, as Culturas Afrobrasileiras, Povos de Matriz Africana e outros Povos e Comunidades Tradicionais.
O Encontro reunirá detentores dos conhecimentos tradicionais e das expressões culturais populares de todo o país, além de artistas, lideranças comunitárias e representantes desse segmento no Conselho Nacional de Política Cultural e em outras instâncias de pactuação da sociedade civil com o Estado. Uma mostra cultural abordará a produção artística, a culinária, o artesanato e a religiosidade tradicionais, além de outros aspectos fundamentais desse universo simbólico. O objetivo principal é o de vivenciar profundamente a diversidade cultural brasileira, abrangendo as Culturas Populares, o Artesanato, o Hip Hop, as Culturas Indígenas, o Circo, o Teatro de Rua, o Patrimônio Imaterial, as Culturas Afrobrasileiras, Povos de Matriz Africana e outros Povos e Comunidades Tradicionais.
Encontro de Culturas Populares e Tradicionais - Inscrições Abertas
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