sábado, 31 de outubro de 2009

A busca pelo empresário perfeito.

O Motivo para eu colocar esta matéria e pelo fato de ter varia amigos que sabem que sou Produtor e sempre me pedem aquela força, em especial ao Mark da banda Frenzy myspace.com/frenzyoficial Por isso resolvi colocar essas dicas, Em breve colocarei uma um entrevista que fiz com o Carlos Miranda considerado o maior produtor musical da atualidade e apresentador do programa Astros do SBT até lá. Leandro Oliveira
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Onde achar um assessor ou empresário que se preocupe realmente com o crescimento musical de um artista? Como diferenciar capacidade de interesses financeiros? O que eles podem fazer por você além de promover os famosos ‘jabás’, os minutos de fama na mídia e algumas aberturas de shows de bandas que você nunca ouviu falar?
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Com certeza não é só você e sua banda que buscam respostas emergenciais para essas questões. Todo mundo que quer divulgar da melhor forma o seu trabalho - e já está com aquela demo recém saída o forno, algumas fotos legais e um release feito com a maior boa vontade do mundo - querem saber para onde correr e como começar a ir atrás do que interessa. Pode parecer muito blá, blá, blá, um diálogo técnico demais ou algumas linhas de coisas que você já deduz saber ‘ou ter uma idéia de como se faz’. Porém, como contamos com um público realmente preocupado em fazer o melhor pelo próprio som tomamos um pouco do tempo de um dos maiores empresários e produtores do Brasil para saber o que ele tem a dizer sobre a importância de um profissional capacitado na carreira artística de uma banda ou artista iniciante.
Aldo Ghetto está há mais de 25 anos na área como produtor e empresário musical e como um dos grandes incentivadores do rock brasileiro na década de 80 passaram pelas suas mãos nada mais que Titãs, Ira!, Camisa de Vênus, Kid Vinil entre outros consagrados. Atualmente Aldo assessora a dupla K-Sis e é produtor da PROMOTER, empresa responsável pelos shows do Rolling Stones e U2.
Sobre a nossa pauta, Ghetto afirma: “se você tem um advogado ou um médico, você tem que confiar neles, ou então substituí-los. Para um assessor ou um empresário é a mesma coisa”. E foi seguindo essa linha de pensamento que Aldo desenvolveu para o BDG uma mini-cartilha com os primeiros passos que devem ser tomados para a busca da melhor divulgação do seu trabalho musical.
Confira a entrevista na íntegra concedida pelo empresário.
As bandas que iniciam a carreira musical agora estão a par que nada é fácil - a concorrência em todos os estilos está aí para comprovar. Para uma boa divulgação - de início - quais as primeiras preocupações que o artista/banda deve ter?
Ghetto: Em primeiro lugar, as bandas ou artistas que estão iniciando carreira têm que saber que estamos em uma fase de transição muito grande em nosso setor. A música nunca deixará de existir, o que está mudando é o jeito de apresentá-la, vendê-la e cobrar direitos autorais. E essa mudança será drástica e dolorida para quase todos artistas acostumados ao velho esquema. Antigamente era muito mais fácil para os artistas e empresários que tinham como aliado à empresa fonográfica, ou seja: “A grande Major”. Hoje quase todas sumiram do mapa ou faliram, restando apenas quatro multinacionais e duas ou três nacionais que ainda se arriscam a navegarem no antigo esquema, digo antigo esquema, pois estão fadadas a deixar de existir. O cd, que antes era o grande produto de venda dessas companhias hoje é somente um cartão de visita, ‘virou uma brincadeira de criança que se faz em casa’. A globalização, a internet e a pirataria estão destruindo esse grande produto de venda dessas empresas que era o cd e, por conseguinte está destruindo todo esse processo de facilitar a entrada dos seus artistas na mídia, que hoje se tornou super cara. Sorte de uns, azar de outros. Sorte dos artistas que se adaptarem a essa transição e novo jeito de trabalhar. Azar dos outros que só conhecem o antigo esquema. Para as novas bandas ou novos artistas além de enfrentarem essa situação e de não mais contarem com os famosos “Jabás”, por não possuírem mais dinheiro, criados pelos antigos profissionais das antigas indústrias fonográficas, que criaram essa tamanha cobra, sem saber de sua verdadeira dimensão que hoje os engoliram, tem também de contar com a incapacidade e a cegueira de alguns dos antigos “diretores artísticos” dessas poucas Majors que sobraram. As dificuldades são muitas para os novos, pois estamos passando por essa fase de transição, onde tudo se torna mais complicado, portanto num breve futuro um novo caminho mais verdadeiro se abrirá para todos que terão um lugar ao sol, pois uma mídia mais transparente e justa tomará lugar dessa besta do apocalipse intitulada “Jabá”, que a própria indústria fonográfica criou e está sentido seu veneno mortal e também diga-se de passagem que ninguém merece pagar R$ 30,00 ou R$ 40,00 em um cd. A transformação é dolorida, porém necessária.
Porém as primeiras preocupações que um artista ou a banda devem ter é: Ter consciência dessa transição e a dificuldade de entrar em uma grande Major. Ser movido pelo dom artístico e não pela ilusão de ser artista. Imprimir uma forte personalidade na música e no trabalho, pois hoje não vende só musica, e sim todo um estilo de vida e de pensar. Se não for autêntico, será uma mentira, e uma mentira não permanecerá. Não se vender por falsas idéias ou situações que traem seus modos de pensarem e agirem. E nem desistirem fácil dos problemas que aparecerão e se for uma banda tomar muito cuidado com o EGO, pois já vi grandes bandas se perderem por isso. Para fazer uma boa divulgação o grande negócio é fazer de tudo, desde que não traia os princípios da banda, pois o resto tudo vale. A Internet hoje é uma grande ferramenta de trabalho, e tendo criatividade também é de divulgação. Porém volto a dizer que desde o começo tem que ter a consciência de que por toda a existência do artista ou da banda, terá que destinar de 20 a 30% de todo o ganho para reinvestir na carreira, e de preferência esse valor ser destinado a sua gravadora que em parceria com vocês deverão saber onde e a ocasião de empregar melhor esse valor. Digo sim para a gravadora, pois daqui a diante as gravadoras que sobreviverem terão que ter esses valores provenientes de shows, comerciais, merchandising. Ou seja, toda a renda que o artista obtiver para fazer a divulgação, visto que o cd e também o dvd passarão a ser apenas cartão de visita. Não dá mais para contar com valores obtidos de suas vendas. Enfim num futuro breve, a gravadora passará a ser produtora e a produtora a ser gravadora, ou a união das duas. A multinacional ainda não teve a habilidade de se moldar a esse novo perfil, por isso que estão passando por grandes dificuldades, pois terão que pedir a benção para os acionistas lá de fora, e quando obtiverem talvez poderá ser tarde demais, pois é um trabalho delicado e ainda não contamos profissionais competentes para gerenciar esse tipo de operação, e ainda certamente é muito difícil de repassar aos “gringos” como funciona o mundo da música e do show business no Brasil. Enfim o futuro da música no Brasil está condicionado a um novo modelo comercial de empreendimento em parceria que ainda não existe.Enquanto esse modelo comercial e promocional não se define o principal problema é que o Brasil vai perdendo parte de sua história cultural, pois a expressão lítero-musical no decorrer do tempo é uma forma com que a sociedade expressa a sua visão sobre um dado momento da história; assim com certeza “existem por aí centenas de Chicos, Caetanos, e Cazuzas que jamais virão a ter seus trabalhos conhecidos”
Qual a verdadeira importância de um assessor ou empresário para bandas que são independentes? Até onde eles podem acrescentar pontos positivos na carreira desses artistas?
Ghetto: Se você tem um advogado ou um médico, você tem que confiar neles, ou então substituí-los. Para um assessor ou um empresário é a mesma coisa. Pois será depositado em suas mãos o futuro de uma carreira, que poderá ser maravilhosa ou frustrante. É claro que para dar “certo” essa carreira, depende de uma série de outros fatores. Porém o administrador ou o empresário terá de ser de uma super competência e principalmente confiança. O ideal e não tê-lo como empresário, esse nome soa meio falso, tem um ranço, principalmente “empresário artístico”. O ideal é tê-lo como parceiro e parte integrante da banda. Essa parte integrante da banda deverá ter os mesmos ideais da banda, mesmo porque eles juntos formam o todo e entender bem do produto que está trabalhando, ou seja: A MÚSICA, além da parte comercial do negócio e conhecer o mercado para quem ele oferecerá seu produto. Um empresário, talentoso, poderá acrescentar muitas situações boas na carreira, tanto na parte artística quanto na parte comercial. É difícil achar um empresário já pronto no começo da carreira, pois a maior parte que existem, só se interessam em pegar o artista ou a banda pronta. Ou seja, com sucesso, e já dando resultado comercial. O ideal é procurar alguém que também esteja começando e tenha talento e boa vontade. Pois assim como a banda ou artista com o tempo depurará suas qualidades e talentos, o empresário também terá a chance de fazer o mesmo. Exemplo: O José Fortes, empresário do Paralamas do Sucesso. Começou sua carreira com eles, sem experiência, iguais aos outros integrantes que também não a os tinham, nem sabiam se a banda daria certo ou não. Porém com o tempo se tornou um verdadeiro empresário. Talentoso e prestigiado no meio. A banda deu a chance dele se tornar esse verdadeiro empresário. Pois formavam um quarteto e não um trio como o público sempre pensou que eram. Poderia me estender dando vários exemplos de empresários e artistas nacionais e internacionais e suas parcerias, favoráveis ou não, porém vamos deixar para outra oportunidade.
Conhecemos também a velha imagem de assessores com fama de colocarem o artista no auge, o colocar em todas as casas de shows e negociar tudo por 'debaixo dos panos', digamos assim. Quais os cuidados que os artistas iniciantes devem ter com esses profissionais?
Ghetto: Como disse, esse assessor ou empresário deverá ser um parceiro e amigo com os mesmos interesses da banda. Se não for assim não servirá para exercer tal cargo. Malandragem tem em todo lado. Não é característica do empresário, e sim do ser humano. Por isso digo que melhor fazer parceria com alguém de caráter, mesmo que não conheça muito o ramo, do que com alguém que o conheça bem, porém sem caráter. No começo é difícil, pois se tivermos as duas opções, poderemos ficar entre a cruz e a espada. Porém nosso meio é pequeno e todos sabem quais os profissionais que agem ou não de má fé. Uma simples pesquisa no meio descobrirá o passado do profissional que está sendo almejado.
Para ter mais segurança, onde e como os artistas/bandas podem achar profissionais especializados e com credibilidade para trabalhar com música?
Ghetto: Se conseguirem a tal da “Major” antes da parceria com o empresário o mais certo é pedir orientação para os profissionais das mesmas (Majors), pois eles possuem muito mais conhecimento, naquele momento, do que a banda ou o artista que está iniciando. Outra alternativa é entrar nos sites das bandas ou dos artistas já consagrados, descobrirem seus empresários ou agentes e mandar o material com propostas para análise. Além de contar com a sorte, esse é o jeito mais seguro.
Com relação a preços, como os assessores e empresários hoje em dia cobram por seu trabalho? É um salário mensal, as bandas pagam por evento? Como funciona isso?
Ghetto: Depende, existem casos e casos. Não podemos colocar valores nos trabalhos dos outros. O ideal é sempre fazer uma parceria e não pagar salário mensal, pois isso não funciona. Se for parceria é parceria e ninguém é empregado de ninguém. O percentual de praxe exercido em média no mercado é de 30% de todas receitas. Porém como disse existem casos e casos, 30% são quando o empresário passa a trabalhar com alguém que já tenha sucesso e receita garantida, situação diferente se for ter que montar a banda, apresentar no mercado, gravar, etc. Nessa última situação é um processo lento, dispendioso, por conseguinte exigindo muito mais trabalho e investimento do empresário, resultando aí em um valor maior de percentual para o empresário. Assim para dirigir a carreira de um artista que está começando do “zero” esse percentual pode chegar até 60% no mercado.Tem empresário e produtor de mercado que tem prestígio junto às mídias e tem várias bandas com várias situações diferenciadas de parceria. Se eu sou um artista ou banda nova e quero ter um profissional desse como meu empresário e produtor tenho que procurá-lo, ver se ele me atende, enviar meu material, rezar para que ele ouça e goste. Pois as situações contrárias são muitas, além da concorrência já dita, tenho uma pequena chance dele vir a ouvir. E se ouvir tem de gostar. E mesmo assim pode ser que ainda não queira trabalhar, pois não é só porque ouviu e gostou que vá gravar e trabalhar, pois ele, como profissional experiente que é sabe que hoje em meio essa turbulência de transição não é fácil colocar artista novo no mercado. Pois então veja só como a coisa é encrencada: Ele tem que ouvir, gostar, fazer parceria, seja lá qual percentual que for, escolher canções, pré produzi-las, gravá-las, arrumar uma gravadora ou um selo. Essa gravadora depois de gravar, preparar um projeto de lançamento tocar em rádios, tv, etc. E ocorrendo tudo isso o artista ou a banda terá de cair no agrado do publico e fazer sucesso. Pois se isso não acontecer de nada adiantou isso tudo. E mesmo assim poderá fazer um sucesso efêmero, passageiro e causando assim uma grande frustração. Por isso o cuidado em tudo. Em escolher parceiros, gravadoras, produtoras, etc. Só permanecerá um trabalho se for verdadeiramente autêntico, pois uma mentira logo é descoberta e desmascarada. Portanto se sou um novo artista, ou banda, terei que passar por todos esses estágios e de preferência ao lado de profissionais competentes que me ajudem passar vitorioso por todos esses processos, pois se emperrar em algum deles a carreira termina. Para isso terei que de início aceitar as condições impostas pelo meu novo parceiro que no caso seria o empresário/produtor , mesmo que ele queira ter um percentual no negócio que possa ser considerado inicialmente elevado. Pois com certeza prefiro ter UM PERCENTUAL PEQUENO DE ALGUMA COISA a TER 100% de nada, e sabendo da competência e penetração no mercado que esse profissional possui e que a minha banda ainda não representa nada no cenário musical, tenho rezar para ele aceitar em ter um percentual alto de remuneração e com o sucesso e o decorrer de alguns anos eu poderei mudar nas renovações do contrato. Por isso volto a dizer: Existem casos e casos.
E como foi o seu trabalho com as meninas, de ter explorado e conseguido isso tão rapidamente?
Ghetto: Não foi tão rapidamente assim como se imagina. Passamos por todos esses estágios. Só que nesse caso foi ao contrário. Eu que procurei as meninas, ou seja, o empresário é que foi atrás do artista. Já montei e assessorei vários artistas e bandas. Alguns deram certos e outros não. Os que não deram certo nem adianta falar, pois ninguém os conhece, mesmo porque não deram certo e vice-versa. Na verdade tinha um projeto em mente e sai à procura de alguém solo ou dupla ou banda para preencher esse espaço, que acho que faltava em nosso cenário musical. Através de um amigo, as conheci, e aconteceu tudo o que poderia acontecer de bom em nossas relações. A química que houve foi muito boa. Elas eram tudo que eu queria encontrar e eu como profissional era o que elas precisavam naquele momento. Nossa união artística foi bem sucedida. Escolhemos as canções e o produtor e arranjador Emerson Villani (FUNK COMO LE GUSTA / TITÃS), notamos que tínhamos muita coisa em comum e com o trabalho de nossos parceiros: Zima e Fabinho, conseguimos o contrato com a gravadora EMI e mais tarde com a MTV. Porém passamos por todos aqueles caminhos e sabemos que ainda temos muitos a percorrer. Porem entre nós existe a tal parceria, respeito e cumplicidade, que tanto soma para dar certo uma carreira.
Você já assessorou outras bandas? Há quanto tempo trabalha com isso?
Ghetto: Sim, trabalho com isso há 25 anos. No começo dos anos 80 fui um grande incentivador do rock Brasileiro.Nessa época fui empresário dos Titãs, Ira, Camisa de Vênus, Kid Vinil, Gang 90, Zero, Itamar Assumpção, Língua de Trapo, entre outros. Foi uma época de ouro para o rock Nacional.Fui idealizador e produtor de um projeto intitulado “Segundas e Terças”, que era realizado no teatro Jardel Filho, que contamos com as primeiras Jam sessions de várias bandas. Camisa de Vênus e Inocentes, Capital Inicial e Replicantes, Titãs e RPM com de apresentações e performance de vários artistas plásticos. Na época foi o inicio de uma grande agitação cultural que teve fim em 86, justamente com o final da banda RPM. Nesse ano o Rock perdeu força na mídia, as bandas perderam forças e a começou a ter no País, um outro cenário musical.Em 1988 criamos s Sunshine Eventos, do qual era o diretor artístico e o Zima, de Marketing. Fizemos os “Xous da Xuxa”. Mudança da água para o vinho, ou melhor do vinho para a água. Criamos uma produção impecável, porém as canções não eram bem a que estávamos acostumados. Fui empresário de Fábio Júnior 12 anos. Um grande artista e uma pessoa maior ainda. Fizemos muita coisa legal, éramos uma dupla. Empresariei o Charlie Brown Jr. em uma época que ninguém os conhecia, porém acreditava no muito no talento deles e se o Chorão não fosse tão louco como é, eles seriam a maior e mais bem paga banda de rock da América Latina. Atualmente, além de Produtor e Agente da KSis, juntamente com o Zima e o Fabinho, continuo fazendo o trabalho de assessoria para novos e antigos artistas e bandas, estou assessorando uma nova banda de rock chamada “Oficina do Diabo”, que tem como membros dois dos melhores artistas de rock da atualidade. Seu letrista Charles Trevisan, autor da musica Tem dias, e um dos melhores letristas que conheço, depois de Renato Russo, nunca vi ninguém escrever tão bem, nesse estilo igual a ele. Sou também produtor da “Promoter”, empresa essa responsável pelos shows dos Rolling Stones e U2 no Brasil.
Agradeço a sua participação e as dicas para a galera que estar começando e precisa destas dicas.
Por: Ana Carolina Nunes

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