Acontece no dia 20 de abril, no Teatro SESC SENAC Pelourinho, em Salvador, o evento Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto - Encontros e Práticas no Pelourinho, quando multiplicadores e praticantes do método criado pelo teatrólogo Augusto Boal se reúnem para discutir seus saberes e práticas. Na ocasião serão apresentadas duas peças teatrais com atuação dos grupos da Bahia, ao final de cada apresentação alguns dos espectadores presentes serão convidados a subir no palco e, trocando de lugar com o protagonista, mostrar alternativas aos problemas encenados. Nas peças os atores encenam episódios da vida real de pessoas e suas relações de conflito com a sociedade.
“O espectador (ou espect-ator) da sessão de Teatro-Fórum não é um consumidor do bem cultural, mas sim um ativo interlocutor que é convidado a assumir o papel do oprimido ou de seus aliados para interagir na ação dramática de maneira a apresentar alternativas para transformar a realidade – ser ator de sua própria vida”, diz Olivar Bendelak, curinga do Centro de Teatro do Oprimido.
A programação da Mostra conta ainda com: o lançamento do livro póstumo do teatrólogo e ensaísta Augusto Boal, A Estética do Oprimido, considerado o testamento artístico do autor; uma exposição de produtos artísticos produzidos pelos grupos locais, palestras e exibição de um curta metragem; e a Sessão Solene Simbólica de Teatro Legislativo a partir da cena “Mulher, alvo de violência”.
“Na sessão de Teatro Legislativo, a platéia, além de fazer as intervenções substituindo o personagem oprimido, pode também sugerir propostas de Lei ou de ações concretas que tragam alternativas ao problema. Com o apoio de um assessor legislativo e um especialista no tema, serão selecionadas duas propostas para serem debatidas e votadas. As aprovadas serão encaminhadas ao Poder Legislativo ou às autoridades competentes. Através do Teatro Legislativo foram criadas 13 Leis Municipais na cidade do Rio de Janeiro, duas Leis Estaduais nesse estado e tramitam no Congresso Nacional dois Projetos de Lei”, afirma Olivar.
Estas atividades integram o Projeto Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto cujo objetivo é a capacitação e acompanhamento de novos multiplicadores do método em dezoito estados brasileiros e quatro países da África lusófona: Moçambique, Guiné-Bissau, Senegal e Angola.
O Projeto patrocinado pelo Ministério da Cultura, por intermédio do Programa Cultura Viva, é uma realização do Centro de Teatro do Oprimido que no evento em questão trabalha com apoio do SESC Pelourinho.
PROGRAMAÇÃO – 20 DE ABRIL, TERÇA-FEIRA
18:30h – Abertura com palavra de Olivar Bendelak, curinga do Centro de Teatro do Oprimido (CTO), seguido de exibição de curta metragem sobre as atividades do Projeto Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto no Brasil e na África lusófona.
– Abertura da exposição e lançamento do livro A Estética do Oprimido, com palestra de Cláudio Rocha, arte educador e curinga do CTO, a respeito da aplicação desta técnica no Projeto.
19:00h – Apresentação da peça “SOS Hospital” com a Companhia de Teatro Solidário de Brotas, seguido de Teatro-Fórum. Sinopse: A peça discute o mau atendimento nos hospitais particulares conveniados com o SUS. Sobre o Grupo: Formado por jovens do bairro de Engenho Velho de Brotas, Salvador.
20:00h – Apresentação da peça “Mulher, alvo de violência” com o Grupo Juventude Guerrilheira Contra a Opressão, jovens do Assentamento Aliança, em Boa Vista do Tupim, seguido de Teatro Legislativo. Sinopse: A peça discute a violência doméstica. Sobre o Grupo: Formado por jovens do Assentamento Aliança, do MST, de Boa Vista do Tupim, município do Centro Norte Baiano.
O CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO
Surgido em 1986, o Centro de Teatro do Oprimido (CTO) é um centro de pesquisa e difusão, que desenvolve metodologia específica do Teatro do Oprimido em laboratórios e seminários, ambos de caráter permanente, para revisão, experimentação, análise e sistematização de exercícios, jogos e técnicas teatrais. Nos laboratórios e seminários são elaborados e produzidos projetos sócio-culturais, espetáculos teatrais e produtos artísticos, tendo como alicerce a Estética do Oprimido. A filosofia e as ações desta instituição visam à democratização dos meios de produção cultural, como forma de expansão intelectual de seus participantes, além da propagação do Teatro do Oprimido como meio, da ativação e do democrático fortalecimento da cidadania. O CTO implementa projetos que estimulam a participação ativa e protagônica das camadas oprimidas da sociedade, e visam à transformação da realidade a partir do diálogo e através de meios estéticos. Dessa forma o CTO desenvolve projetos na área da educação, saúde mental, sistema prisional, pontos de cultura, movimentos sociais, comunidades, entre outros. Por conta de sua natureza humanística e do potencial do Teatro do Oprimido, está atuante em todo o Brasil e em países como Moçambique, Guiné Bissau, Angola e Senegal.
SERVIÇO
Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto - Encontros e Práticas no Pelourinho
Local: Teatro SESC SENAC Pelourinho Largo do Pelourinho n° 19 – tel. (71) 3324-4520
Capacidade de público: 220 lugares
Dia 20 de abril
Horário: 18 às 22 horas
Classificação indicativa: LIVRE
Ingressos GRÁTIS
ATENDIMENTO À IMPRENSA
Ney Motta | Centro de Teatro do Oprimido assessor de comunicação (21) 2539-2873 e 8718-1965
www.cto.org.br
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